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COVID-19 e Reprodução Assistida

20 de março de 2020 | Comunicado conjunto SBRA | REDLARA 

O COVID-19 foi declarado como uma pandemia pela OMS quando os casos confirmados se aproximaram de 200 mil, com o que se imaginou óbitos acima de 8 mil, em pelo menos 160 países₁. Estávamos preparados para tal evento?₂ Com certeza, a resposta é não, nas nossas diferentes atividades ninguém imaginou tudo o que viria, e com tal rapidez. Acompanhando a escalada da pandemia do COVID-19 no mundo, os cenários do Brasil ou de nossa região latino-americana evoluem rapidamente. Os diferentes governos estão se concentrando no isolamento, no “ficar em casa”, na redução drástica das mobilidades no sentido de mitigar os danos₃. Devemos acatar e estimular esta adesão.

Desta forma, acompanhando as normas estratégicas das equipes de planejamento de saúde pública, no território brasileiro, que está sendo compartilhado por toda a América Latina, para nós profissionais da Reprodução Assistida, entendemos todos que é hora de parar: ciclos em andamento serão finalizados, com controles estritos dos pacientes e equipes envolvidas; casos de transferência embrionária a serem finalizados, avaliar individualmente. Com a exceção de casos oncológicos e outros em que o adiamento possa causar más dano ao paciente, recomendamos não iniciar novos procedimentos. Nessas eventualidades, a decisão deverá ser compartilhada e sob rigorosa individualização. 

Sugerimos a todos manter um contato remoto com os pacientes, informando, amparando, protegendo, limitando no possível os danos psicológicos. No Brasil estamos autorizados a consultas à distância, por Telemedicina, estabelecemos uma ampla rede de contatos entre os  profissionais dos centros, via  whatsapp, agilizando  detalhes e  unificando as tomadas de decisões, dividindo  as incertezas. Este cenário de troca de informações imediatas pode ser replicado pelos diversos países vizinhos, o modelo mostra-se muito bom, inclusive para ordenar ações comunitárias e beneficentes em torno de apoio aos hospitais e equipes de trabalho nas emergências.

Nestes tempos difíceis, todo o cuidado: com nossos pacientes, com nossas equipes, com nossas famílias e todos os nossos concidadãos. Há uma luz no fim deste túnel: a China demonstrou que a epidemia pode ser desacelerada com a aplicação de medidas drásticas e mostra, pelo 2º dia consecutivo, zero registro de casos novos locais, alguns ainda importado de pessoas chegando ao país. 

Como foi publicado no grupo  SBRA - em tempos de COVID-19, vamos entender e fazer a nossa parte, seguindo os preceitos de Ibn Sina (980-1037) ou Avicena, médico e filósofo persa, pai da medicina  moderna. Ele  nos legou entre outras coisas, que " a imaginação é a metade da doença; a tranquilidade é a metade do remédio e a paciência é o começo da cura".

 Vai passar!  Cuidem-se todos. 

 

Referências: 

1-World Health Organization (WHO) Coronavirus disease (COVID-19) outbreak webpage (https://experience.arcgis.com/experience/685d0ace521648f8a5beeeee1b9125cd) (date accessed: 15/03/2020).  

2-Spinelli, A., & Pellino, G. (2020). COVID-19 pandemic: perspectives on an unfolding crisis. British Journal of Surgery. doi:10.1002/bjs.11627 . Acesso 20/03/2020.

3- Especial coronavírus.  Fronteiras fechadas. O Globo. Pg 8. 2-0/03/2020.

4- https://www.ultimoinstante.com.br/ultimas-noticias/china-tem-recorde-de-novos-casos-importados-mas-nenhuma-infeccao-local-pelo-2o-dia/303386/#axzz6HFAxZDsC. Acesso 20-03-2020.